. . Investimentos dos brasileiros crescem 6,8% em 2021 até setembro
 

O volume total dos investimentos das pessoas físicas cresceu 6,8% entre janeiro e setembro de 2021, chegando a R$ 4,45 trilhões. No mesmo período do ano passado, o crescimento foi de 7,9%, de acordo com dados da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Olhando apenas para o terceiro trimestre, o patrimônio líquido aplicado pelos brasileiros subiu 0,5%.

Os clientes do segmento de varejo alta renda lideraram o aumento do ano, com uma subida de 9,4% no patrimônio líquido aplicado em setembro frente a dezembro de 2020. O private (reúne clientes com, pelo menos, R$ 3 milhões em aplicações) também teve bom desempenho, com alta de 8,1% no montante investido, seguido pelo varejo tradicional, que fechou o período com variação positiva de 3,2%, ambos no mesmo período de comparação.

Na análise por classes de ativos dentre os investidores de todos os segmentos, a renda variável se destacou, aumentando sua fatia de 19,8% em dezembro de 2020 para 21,2% em setembro de 2021. A renda fixa segue recuperando sua participação, que já era expressiva: passou de 35,2% para 35,6%. “Com a elevação da taxa Selic registrada nos últimos meses, a tendência é que fatia aplicada em renda fixa continue crescendo”, explica José Ramos Rocha Neto, presidente do Fórum de Distribuição da ANBIMA. Em relação ao total dos investimentos, a poupança reduziu sua proporção, passando de 23,7% para 22,2% na mesma base de comparação.

Na distribuição do volume financeiro por região, foi registrado crescimento no período em todo o país. O Centro-Oeste foi a região com maior aumento percentual de patrimônio em relação a dezembro de 2020 – uma alta de 9,5%, totalizando R$ 221,9 bilhões – seguido pelo Sul, que avançou 6,9%, alcançando R$ 760,7 bilhões. Os demais crescimentos foram do Nordeste, Sudeste e Norte. Enquanto as duas primeiras regiões tiveram variação positiva de 6,7%, atingindo a marca de R$ 371,4 bilhões e R$ 3,0 trilhões, respectivamente, a terceira teve aumento de 3,9% no volume, que chegou a R$ 71,2 bilhões.

Varejo: títulos e valores mobiliários ultrapassam a poupança

O volume financeiro alocado nos segmentos de varejo tradicional e alta renda cresceu 6%, impulsionado pelo aumento dos investimentos em títulos e valores mobiliários. A soma dessas classes de ativos (que incluem CDBs – Certificados de Depósitos Bancários –, títulos públicos, ações, LCAs – Letras de Crédito do Agronegócio –, debêntures e outros) subiu 14%, chegando a R$ 1 trilhão de volume. Esse movimento de subida acontecia desde o ano passado e se consolidou em 2021.

Com o fim do pagamento do auxílio emergencial, a poupança teve oscilação de 0,1%. “Em número de contas, a poupança ainda predomina, mas o volume financeiro dos títulos e valores mobiliários ultrapassou a caderneta, que tradicionalmente concentrava a maior parte dos recursos, o que reflete a busca dos investidores por maior diversificação”, analisa Rocha.

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Private: ações e renda fixa são destaques

O patrimônio líquido dos investimentos no segmento private foi puxado pelas altas do volume aplicado em ações (15,7%) e renda fixa (9,3%). O total dos investimentos chegou a R$ 1,7 trilhão, sendo que os fundos de investimento continuam concentrando a maior base de recursos, com R$ 769,7 bilhões sob gestão.

Na composição da carteira, a renda variável continua ganhando espaço entre esses clientes. O montante alocado em ações passou de 26,3% em dezembro de 2020 para 28,1% em setembro de 2021, praticamente equiparado ao patrimônio dos fundos multimercados, que detêm uma fatia de 28,2%. Os fundos de ações também se destacaram, subindo sua participação de 8,0% para 9,1% na mesma base de comparação.

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Empréstimos do agronegócio são o principal destino das operações de crédito

O total de crédito concedido ao segmento de private cresceu 19,4% nos três primeiros trimestres do ano, com destaque para os empréstimos do agronegócio, que variaram 24,2% em relação a dezembro de 2020. Em seguida estão as operações para capital de giro (alta de 20,9%), crédito imobiliário (20,0%) e empréstimos pessoais/outros (17,3%). O crescimento acumulado no ano é de 19,4%, menor que os 30,1% de variação positiva no mesmo período do ano passado.

Fonte: Publicação reproduzida na íntegra do Portal da Anbima.




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