Matéria de capa do Jornal Zero Hora, de 10 de outubro, destaca o crescimento de cpfs na bolsa de valores. Desde o início da pandemia, quase 175 mil gaúchos ingressaram na B3 em busca de melhores rentabilidades e contornar juros reais (descontados da inflação) negativos. O avanço de 220,14% – que elevou a participação do RS a 254,4 mil pessoas físicas no mercado acionário brasileiro – acompanha o movimento nacional verificado em igual período no país, quando mais 3,1 milhões de CPFs (alta de 220,8%) passaram a alocar recursos em renda variável, totalizando 4,5 milhões em setembro deste ano.
Foram necessários sete anos, entre 2013 e 2020, para que o Brasil saísse da casa dos 500 mil CPFs na bolsa e rompesse a barreira dos 2,5 milhões, num salto de 400%, intensificado a partir de 2017. No Rio Grande do Sul, em idêntico intervalo, a base de investidores pessoa física foi ampliada de 36,4 mil para 152,4 mil, alta de 318%. O levantamento é da área de Inteligência de Mercado da B3.
A corrida da renda fixa para a variável
O principal impulso deste cenário veio a partir de 2017, com a trajetória de declínio do juro básico da economia. Entre dezembro de 2016 e 2020, a taxa Selic despencou de 14% para 2% ao ano. No ano passado, a B3 registrou a primeira queda (-11,93%) desde 2015. Um ano antes, em 2020, já exibia alta mais contida, de 2,92%. Isso após sequência de quatro crescimentos anuais acima de dois dígitos (em duas, acima de 30%, em 2016 e 2019).
O economista-chefe da Geral Asset, Denilson Alencastro foi entrevistado para a matéria. Ele destacou que houve também uma reorganização do mercado, o que abriu as portas para a oferta de novas plataforma de investimentos e, com elas, abundância de informações financeiras. Redução de custos, como taxas de corretagem, de custódia e valores fixos para ordens de compra e venda, também explicam, segundo Denilson, caminhos melhores para pessoas físicas nas alocações de risco.
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