. . A retomada do mercado de trabalho

A melhora do cenário de trabalho no país é destaque entre os dados divulgados referentes ao primeiro semestre de 2021. Segundo o IBGE, a taxa de desemprego recuou de 14,7% para 14,1% entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano. Em julho, foram criados 316 mil empregos líquido. Ou seja, o saldo foi positivo em relação ao número de possíveis demissões.

Apesar do avanço, a taxa de desemprego continua maior em relação ao mesmo período de 2020, quando era de 13,3%.  De acordo com a PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), a população desocupada é de 14,4 milhões de pessoas e ficou estável ante o trimestre terminado em março de 2021 (14,8 milhões de pessoas), mas aumentou 12,9% (mais 1,7 milhões de pessoas) ante ao mesmo trimestre de 2020 (12,8 milhões de pessoas). 

A PNAD Contínua Trimestral refletiu uma melhora em 27 Estados em relação ao cenário do final do ano passado, quando a situação do mercado de trabalho começou a piorar e a refletir a restrição da atividade econômica em decorrência da Covid-19. Frente ao trimestre anterior, a taxa de desocupação recuou em quatro unidades da Federação, com estabilidade nas demais: Amazonas, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. 

Outros retratos

A PNAD também traz outros dados do mercado de trabalho no período.

A taxa composta de subutilização da força de trabalho (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada) foi de 28,6%.

O percentual de empregados com carteira de trabalho assinada era de 75,1% dos empregados do setor privado no país. Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregos) mostram o quadro por setor durante o primeiro trimestre do ano. 

O percentual da população ocupada do país trabalhando por conta própria foi de 28,3%. A taxa de informalidade para o Brasil foi de 40,6% da população ocupada.

No Brasil, o rendimento médio real mensal habitual no 2º trimestre de 2021 foi de R$ 2.515, com redução tanto em relação ao 1º tri de 2021 (R$ 2.594) quanto em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (R$ 2.693).   

Aposta em novos programas 

Segundo o Ministério do Trabalho há expectativa de criação de 3 milhões de vagas a partir de programas de incentivo ao mercado de trabalho criados recentemente. Entre eles estão o Priore, que visa incentivar o primeiro emprego e a reinserção no mercado de trabalho de pessoas com mais de 50 anos, o Bônus de Inclusão Produtiva (BIP) e o Bônus de Incentivo à Qualificação (BIQ), além de criação de postos de trabalho temporário nas prefeituras. 

O Priore ou Programa Primeira Oportunidade e Reinserção no Emprego faz parte de um projeto de lei que está tramitando na Câmara dos Deputados. Ele foi incluído na Medida Provisória que criou o Benefício Fiscal em 2021 para os trabalhadores que tiveram a jornada reduzida devido à pandemia. 

O programa do Bônus de Inclusão Produtiva (BIP) visa qualificar jovens e tem a estimativa de custar pelo menos R$ 6 bilhões em 12 meses. O programa foca na inclusão de informais no mercado de trabalho formal. Em uma etapa piloto, o objetivo é que sejam contratados 2 milhões de jovens em dois meses, em um regime especial de treinamento. A ideia é que o Bônus de Inclusão Produtiva (BIP) funcione em paralelo ao Bônus de Incentivo à Qualificação (BIQ). Este último deve ser bancado pela empresa participante do programa e o primeiro pelo governo federal. Não está claro, ainda, se os recursos desembolsados pela União virão do Orçamento ou via crédito extraordinário.

Fontes: Panorama Econômico – Economista-Chefe da Gera Asset – Denilson Alencastro da Geral Asset, CNN, IBGE, Jornal do Comércio e Rede Jornal Contábil. 




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