O ano começou com otimismo na continuidade da recuperação econômica na medida em que a perspectiva e a realidade da imunização contra o coronavírus avançavam no Brasil e no mundo. Todavia, como em muitas situações causadas pelo cenário da Covid-19, a demora na vacinação aqui e em outras partes do mundo, juntamente com as mutações do vírus e a velocidade da infecção com novas cepas, tem aumentado a incerteza e levado a revisões na projeção de crescimento do PIB para um valor menor para 2021, pois a expectativa era de imunização mais rápida. Tudo isso tem travado a retomada plena de grande parte do setor de serviços que detém a maior participação percentual do PIB.
Nesse contexto, o Ibovespa chegou ao valor recorde de fechamento em um pregão no último dia 08 de janeiro, atingindo 125.077 pontos, mas que virou realização de lucros no fim do mês, com o índice fechando o primeiro mês de 2021 ao 115.068 pontos, recuando 8% em relação ao pico do índice no período, conforme pode ser visto no gráfico 1 a seguir.
Assim, nesse ambiente da “velha volatilidade”, de euforia e ceticismo, o Ibovespa fechou janeiro/21 com queda de 3,3%. E observando o Ibovespa dolarizado, viu-se queda de 8,2% dado a queda do Ibovespa e alta de 5,4% do dólar em relação no Gráfico 2.
Na visão por índices amplos e setoriais da B3, tivemos queda generalizada, com exceção do IMAT-Básicos, que está relacionado com as commodities, que têm valorizado em função da retomada do crescimento global. Tem influenciado, sobretudo, a demanda maior e os estoques reduzidos em alguns casos, valorizando principalmente as ações do setor de Papel e Celulose, que têm Suzano (SUZB3) com 22,8% no indicador e Klabin (KLBN11) com 11,5%, e da Vale (VALE3), que representa 19,7% do IMAT. Assim, conforme pode ser visto na tabela 2, o índice dos produtos básicos fechou janeiro com leve valorização de 0,23%. Já do lado da queda, tivemos como destaque o IFNC-Financeiro (-7,03%) e o IMOB-Imobiliário (-6,50%), como pode ser visto na tabela abaixo.
E diante desse cenário, dado a participação importante nas nossas carteiras em ações do setor financeiro, tivemos uma volatilidade maior e ficamos levemente abaixo do Ibovespa em janeiro, nada que mude de forma substancial a nossa análise sobre o segmento, que analisaremos os resultados de 2020 na sequência dessa carta de fevereiro. Mas vale ressaltar que também estamos com participação importante em commodities, que teve desempenho positivo no período.
Ou seja, nossa gestão segue, como sempre, pautada em análise sólida dos fundamentos macroeconômicos e microeconômicos em que as empresas estão inseridas, não nos deixando em envolver pela euforia derivada da elevada liquidez internacional, dos juros extremamente baixos e de vacinação em curso contra a Covid-19, e pela velha volatilidade no Brasil causada pelo risco fiscal e pelo risco político que sempre são pauta no Brasil. Assim, finalizaremos essa edição da nossa carta do gestor com análise do setor bancário, que tem representação importante nas nossas carteiras.
A Carta do Gestor é produzida pela equipe da Geral Asset.