O mês de fevereiro foi novamente de realização de lucros na bolsa brasileira. Os sinais de maior intervenção governamental na economia pesaram no mercado, em especial a troca do presidente da Petrobras e indicações do presidente Jair Bolsonaro de que teria maior interferência no setor elétrico. Também pesou no mercado financeiro a elevação dos juros dos títulos longos nos Estados Unidos, o que influencia negativamente no fluxo de capitais para os emergentes como o Brasil. Assim, o Ibovespa fevereiro com queda de 4,4% cotado em reais (fechou em 110.035 pontos) e recuou 5,3% quando “dolarizamos” o índice (encerrou em 19.899 pontos), conforme pode de ser visto na tabela 1 e no gráfico 1.
Também continuou na pauta do mercado a questão do risco fiscal, dado a sinalização de aumento no auxílio emergencial em função da crise sanitária que parece não ter fim. Os casos de Covid continuaram aumentando, sobretudo pelo aparecimento de novas variantes que têm contágio mais acelerado e a gravidade aos infectados é maior, em um cenário de demora na imunização da população brasileira, devido ao fato de que não temos insumos suficientes para produzir as vacinas internamente na quantidade desejada e nem conseguimos importar em razão da falta de planejamento do governo no fechamento dos contratos para comprar as mesmas. Por isso, a crise sanitária continuou gerando dificuldades para a retomada mais vigorosa da economia brasileira.
E falando diretamente em economia, viu-se pelos últimos dados divulgados desse início de ano a sinalização de menor crescimento do PIB brasileiro, inflação e taxa de câmbio mais elevados e, por consequência, juros mais altos são esperados pelo mercado, como pode ser visto na tabela 2. A expectativa para o fechamento do IPCA em 2021 foi de 3,53% em janeiro para 3,87% em fevereiro. Já o IGP-M, na mesma comparação, passou de 6,57% para 8,88%. Por isso, a expectativa para a Selic no fim desse ano passou de 3,5% para 4%. E o crescimento esperado do PIB para 2021 recuou, passou de 3,5% para 3,3%.
E nesse contexto, analisando a bolsa brasileira por setores, viu-se a valorização das empresas ligadas às commodities, captadas pelo índice das ações de produtos básicos (IMAT). O IMAT subiu 10,53% em fevereiro, seguido pelo índice das empresas do setor industrial (INDX, +1,65%). Já restante dos índices da bolsa brasileira, tiveram recuo. Destaque para as quedas dos índices das empresas do setor financeiro (IFNC, -6,86%) e do setor imobiliário (IMOB, -10,11%), conforme pode ser avaliado no gráfico 2.
Por fim, nesse ambiente, nossas carteiras que têm participação relevante das empresas ligadas às commodities e ao setor financeiro, tiveram influência positiva do primeiro e negativa segundo, respectivamente, mas também seguindo o Ibovespa, recuando em fevereiro. Desse modo, esperamos que a volatilidade siga considerável nos próximos períodos, sobretudo pelas três crises que ainda vivenciamos ao mesmo tempo no Brasil: a sanitária, a econômica e a política. Por isso, é essencial que o patrimônio seja gerenciado por profissionais, que justamente têm experiência para gerir os recursos em todos os momentos, em especial em tempos como esse que estamos vivenciando. Assim, a nossa esperança é de que a vacina venha logo, e que possamos ter um “novo normal” que seja muito melhor do que esse vivido atualmente, e supere o “velho normal” de antes da pandemia, com os investimentos e a economia crescendo novamente, criando emprego e renda, com as empresas nas quais temos participação tendo expansão e gerando resultado aos seus acionistas.
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Equipe da Geral Asset