A partir da análise de dados de diversas casas especializadas, o economista-chefe da Geral Investimentos, Denílson Alencastro, endossa a expectativa de continuidade do cenário de juros baixos, com mais uma provável queda na Selic em fevereiro. Depois disso, espera-se gradual retomada de alta. Pelo fato da redução da taxa de juros básica também ter sido gradual e de ainda não ter dado resultados na economia real, espera-se esse impacto vindouro.
Um dos efeitos mais claros disso é o setor de consumo puxando a retomada da economia brasileira em 2018 pelo lado da demanda. O desempenho do mercado de trabalho, a melhora das condições de crédito e confiança do consumidor devem ajudar ainda mais em 2018, visto que impactaram positivamente em 2017. A melhora recente no ânimo dos consumidores reflete ainda mais a queda nos juros, a inflação menor e redução do endividamento, permitindo às famílias fazerem novos empréstimos.
Diante isso, devemos observar continuidade na moderação do crescimento dos bens não-duráveis e retomada dos bens duráveis, mais relacionados ao crédito e às taxas de juros. No entanto, a melhora dos níveis de investimento ainda deve ser baixa, considerando-se a média histórica, o que limita a expansão da economia. Além disso, do lado da oferta, há divergência dos especialistas em relação ao nível da retomada de uma das mais importantes atividades econômicas brasileiras, que é a agropecuária.
Apesar de 2018 ser um ano eleitoral no Brasil, até o segundo semestre, o cenário econômico permanece descolado do político.