A eleição presidencial brasileira e todos os condicionantes que ela traz a cada nova etapa é apenas um componente da engrenagem que está valorizando o dólar frente a outras moedas, especialmente, a dos países emergentes, conforme aponta o economista-chefe da Geral Investimentos, Denílson Alencastro, durante apresentação mensal realizada na corretora.

A elevação da taxa de juros americana, combinada com uma taxa Selic menor, tem levado o dinheiro do Brasil para outros países. Ao longo do tempo, os juros nos Estados Unidos nunca tinham alcançado o atual patamar, na faixa de 1,75% a 2% ao ano.

Disputas comerciais entre os americanos e os chineses e ajustes que estão acontecendo nas bolsas de valores no mundo todo são fatores que contribuem para o cenário de valorização do dólar.

Apesar desses e outros efeitos – que já estão sendo sentidos na economia interna – trazidos pela valorização da moeda americana, é importante ressaltar que o Brasil ainda tem um colchão dólares significativo – uma reserva interna de US$ 379 bilhões – que poderia fazer frente a uma possível crise cambial. Por outro lado, reforça a preocupação com o patamar da dívida pública. Apesar do saldo ser positivo, o investimento estrangeiro no país vem caindo proporcionalmente ao longo dos últimos anos. E isso tem relação direta com a queda das nossas taxas de juros.