Os fundos de investimento fecharam o primeiro trimestre de 2022 com captação líquida positiva (diferença entre aplicações e resgates) de R$ 46,1 bilhões segundo o Boletim de Fundos publicado pela ANBIMA. A classe de renda fixa puxou o desempenho com R$ 109,2 bilhões de captação líquida – melhor resultado para o período nos últimos cinco anos. Na contramão, os multimercados tiveram resgates líquidos de R$ 41 bilhões e os fundos de ações de R$ 31,9 bilhões. Os fundos que aplicam diretamente em ativos digitais registraram exposição em ativos digitais de R$ 3,3 bilhões em fevereiro, totalizando 30 produtos neste grupo.
“A alta na captação dos fundos de renda fixa e as saídas das classes de ações de multimercados são movimentos esperados pelo mercado com a Selic em 11,75% e vistos desde a metade do ano passado. Os investidores reavaliaram suas alocações, mas essa situação não é perene”, afirma o diretor, Pedro Rudge. Segundo ele, “experimentamos um longo período de taxas de juros mais baixas e os brasileiros amadureceram e aprenderam a diversificar. Com a maior clareza do final do ciclo de alta da Selic, as alocações serão rebalanceadas”, opina.
As contas de fundos cresceram 17,4% nos três primeiros meses do ano, passando de 26,8 milhões para 31,5 milhões. O resultado foi influenciado, principalmente, pelos fundos imobiliários, com aumento de mais de 2 milhões de contas. Em seguida, a classe de renda fixa teve crescimento de 960 milhões.
Retornos positivos
Quase todos os multimercados tiveram retornos positivos nos três primeiros meses do ano – a exceção foi o tipo investimento no exterior (aplica mais de 40% em ativos lá fora). A maior rentabilidade ficou com o tipo macro (realiza operações em diversas classes de ativos) com 7,3%.
Na classe de renda fixa, todos os tipos fecharam no azul. Destaca-se o renda fixa duração alta grau de investimento (investe 80% em títulos públicos federais e/ou ativos com baixo risco de crédito) com 4,4%.