Os investimentos dos brasileiros cresceram 2,8% no primeiro semestre deste ano, chegando aos R$ 4,6 trilhões, segundo dados das nossas estatísticas. O avanço foi puxado pelos clientes do segmento de varejo e representa o total alocado por 140 milhões de contas de investidores – não corresponde ao total de CPFs, já que cada pessoa pode ter mais de uma conta.
O segmento de varejo tradicional foi o que teve a maior evolução no período, com uma variação positiva de 5,9%, alcançando R$ 1,6 trilhão. Na sequência, o varejo alta renda avançou de 5,4%, chegando a R$ 1,3 trilhão. Os investidores do private – aqueles que, em geral, têm pelo menos R$ 3 milhões em aplicações financeiras – tiveram uma redução de 1,7% no patrimônio líquido aplicado, caindo de R$ 1,8 trilhão em dezembro de 2021 para R$ 1,7 trilhão em junho deste ano.
Acompanhando a alta da taxa de juros, que passou de 9,25% em dezembro para 13,25% em junho, a parcela de investimentos de renda fixa cresceu. Essa classe de ativos representava 57,5% da carteira dos brasileiros no final do ano passado e chegou a 61,3% no primeiro semestre deste ano. Enquanto isso, a renda variável perdeu espaço, de 19,5% para 16,7%, na mesma base de comparação.
Produtos financeiros
Entre os produtos, o volume aplicado em CDBs (Certificados de Depósito Bancário) ultrapassou o total alocado em ações. Os certificados avançaram 13,6% no primeiro semestre, alcançando os R$ 647,7 bilhões, enquanto as ações caíram 10,7%, somando R$ 576,9 bilhões.
O destaque do período ficou com as LCAs e LCIs (Letras de Crédito do Agronegócio e Imobiliárias, respectivamente): elas cresceram mais na primeira metade de 2022 do que em todo o ano de 2021. As LCAs bateram os R$ 249,6 bilhões em junho, uma variação de 38,5%, ou R$ 69,4 bilhões, enquanto as LCIs somam patrimônio líquido de R$ 162,4 bilhões, uma evolução de 25,4%, ou R$ 32,9 bilhões. Em 2021, esses produtos subiram 24,2% e 12,3%, respectivamente.
Entre os fundos de investimento, os de renda fixa e imobiliários avançaram 4,5% e 5,3%, chegando aos R$ 473,8 bilhões e R$ 85,1 bilhões, respectivamente. Em contrapartida, os fundos multimercados e de ações sofreram quedas de -5,1% e -18%, fechando o semestre com patrimônios líquidos de R$ 649,7 bilhões e R$ 176 bilhões, nessa ordem.
Fonte: ANBIMA (Reprodução)