Carta do Gestor – Dezembro
Em novembro, viu-se que o Ibovespa subiu 0,94%, fechando o mês aos 108.233 pontos, com valorização de 23,15% em 2019. Assim, o mercado de ações seguiu no positivo em função da expectativa de juros ainda mais baixos e maior crescimento da economia brasileira em 2020.
Também ajuda um cenário internacional um pouco melhor, mas ainda desafiador, dado que muitos países podem estar próximos ao fim do ciclo econômico. Além disso, tem contribuído os resultados mais positivos das empresas brasileiras nesses últimos períodos, especialmente neste ano.
Em 2019 temos acompanhado a melhora gradual dos números das companhias. Ao longo dos últimos 2 meses, nas divulgações de resultados referentes ao terceiro trimestre do ano, observou-se números muito bons nos balanços.
A fim de avaliar o comportamento dos números como um todo, fizemos um apanhado com a evolução dos lucros das empresas tanto no terceiro trimestre, como nos 9 meses do ano. No cálculo foi avaliado o lucro líquido das empresas que compõem o Ibovespa, ponderados pelas suas participações no índice.
Há uma melhora significativa na avaliação do desempenho do ano, indicando crescimento médio dos resultados de 14,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Isso demonstra que apesar de tímida, a recuperação da economia brasileira já se reflete nas empresas de capital aberto.
Quando olhamos especificamente os números do terceiro trimestre, o crescimento de 9,2% fica um pouco abaixo da taxa do ano. Essa valor inferior reflete o impacto da variação cambial sobre o endividamento de algumas empresas.
A expectativa para o quarto trimestre do ano é positiva, com taxas de crescimento média dos lucros em dois dígitos. Com isso, é possível imaginar um crescimento dos resultados bem próximo da variação do Ibovespa no ano.
Muito se questiona se a bolsa já está cara, por estar em pontuação recorde. No entanto, é importante sempre considerarmos os resultados das empresas, pois se os lucros crescem, a empresa se valoriza e a bolsa sobe. Simples assim. Eventualmente há uma defasagem temporal entre os resultados e a bolsa, mas ao longo do tempo esses números sempre convergem.
Resumindo, a bolsa só estará cara ou na máxima, quando as empresas não estiverem mais apresentando crescimento dos resultados, ou suas taxas de valorização forem muito superiores à expansão dos seus lucros. Pelo que temos verificado, isso ainda está longe de acontecer.
Equipe da Geral Asset