Passados os solavancos causados, em grande parte, pelo quadro ocasionado pela greve dos transportes, que impactou índices econômicos e financeiros durante os meses de maio e junho, os números de julho dão sinais de retomada. O Ibovespa encerrou o mês com uma valorização de 8,8%, seguida de uma variação positiva de todos os demais índices. Com isso, a alta do índice acumulada em 2018 é de 3,9% e, em doze meses, de 20,18%.
Indicadores relativos à inflação por grupo de produtos e serviços também vieram menores no mês encerrado. A taxa Selic, mantida em 6,5% na reunião da semana passada, ainda está em um nível que permite o estímulo ao consumo. Outra boa notícia é o aumento observado para o crédito, especialmente para pessoas físicas, assim como o crédito livre (não subsidiado) a pessoas jurídicas. O reflexo disso ficou evidente nos balanços do setor financeiro ao divulgar os resultados referentes ao segundo trimestre e primeiro semestre do ano.
Completa o desenho positivo a retomada dos índices de confiança. Segundo o Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da FGV: “A alta da confiança empresarial em julho confirma a recuperação gradual do setor produtivo depois do susto com a greve dos caminhoneiros no final de maio. O resultado expõe aspectos positivos e negativos. O destaque favorável é a alta do Índice da Situação Atual para o maior nível desde julho de 2014, sinalizando que a roda da economia continua girando, ainda que lentamente. O aspecto negativo é a terceira queda do Índice de Expectativas, indicando que a redução do otimismo dificilmente será revertida até que as incertezas eleitorais se dissipem”.
A análise acima é do economista-chefe, Denílson Alencastro, apresentada durante reunião mensal realizada na corretora.